Zé Wilson deixa secretaria e indica filha para ocupar o seu lugar
O ex-vereador petista ocupou a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, desde o início do governo de Gustavo Medeiros (PP) em União.
Na secretaria municipal de Agricultura e Meio Ambiente, ocorreu uma significativa mudança de liderança recentemente. José Wilson Viana de Oliveira, anteriormente ocupante do cargo de Secretário, cedeu seu posto, sendo sucedido por sua própria filha, Camila Sousa Oliveira. Esta transição de poder foi anunciada nos principais portais de notícias da cidade em 21/04/2024. Contudo, essa mudança não passa despercebida, levantando questões pertinentes sobre suas implicações e significados.
Ao analisar esse evento no contexto específico da cidade de Teresina – PI, o site ocorrediário oferece uma crítica contundente sobre essa prática. O texto, assinado por Luan Matheus Santana e editado por Sarah F. Santos, destaca aspectos que merecem reflexão e que podem nos guiar para uma análise mais profunda sobre os cargos públicos em nossa cidade.
Tal como expresso no artigo, a sucessão de José Wilson Viana de Oliveira por sua filha ressalta uma questão crucial: a recorrência de práticas nepotistas em nosso cenário político. Essa nomeação, além de levantar questionamentos sobre meritocracia e transparência, lança luz sobre a perpetuação de dinastias políticas e a falta de renovação e diversidade de liderança na esfera pública local.
A crítica tecida pelo ocorrediário nos convida a considerar não apenas as ramificações imediatas dessa troca de poder, mas também as tendências mais amplas e preocupantes dentro da administração pública de Teresina e estendo aqui a crítica a todas as cidades que fazem tal prática, em especial União. Diante disso, é fundamental um olhar crítico e atento por parte da população, visando não apenas entender, mas também demandar maior responsabilidade e accountability por parte das autoridades municipais.
Abaixo alguns trechos chamaram minha atenção:
“O que parece o movimento político natural, revela também uma conduta moral preocupante (embora recorrente, como já mostramos em outras reportagens): nos lugares ocupados por antigos gestores, assumiram filhos, irmãos, sobrinhos e esposas. Dinheiro público, movimentando negócios de família”.
“Prática não é ilegal, mas comprova a perpetuação de práticas coronelistas na política local
A Súmula Vinculante 13 estabelece que a “nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau” para ocupação de cargos públicos e de confiança (como é o caso do secretariado) viola a Constituição Federal, por configurar-se como nepotismo. A advogada popular e professora da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) , Mariana Cavalcante, explica que o nepotismo apenas se configura quando o parentesco é da autoridade que nomeia. Ou seja, os casos citados acima não se configuram como nepotismo, uma vez que o parentesco se estabelece com os ex-gestores das pastas, não com o Prefeito, que é o responsável pelas nomeações.
Apesar disso, de acordo com a Dra. Mariana, a lei, embora proíba o nepotismo (enquanto um sistema de beneficiamento familiar), ela deixa brechas para que ele se estabeleça de outras formas. “Esse caso não é nepotismo, embora seja imoral. Demonstra na verdade que o cargo não era por conta da expertise, não era técnico ou por conhecimento, mas sim por um arranjo político, uma política coronelista”, afirma a advogada.
Uma prática comum no país inteiro, que privilegia os acordos políticos e interesses individuais, em detrimento dos interesses públicos e coletivos. “Um secretário sair e colocar a filha é um resquício do desvirtuamento da moralidade. Fica comprovado que a ocupação do cargo era só para fins financeiro, de ocupação do espaço, mas não para atender os princípios da administração pública, como o da eficiência, da qualidade do serviço”, finaliza”.
Por, Reinaldo Salvador
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